31 dezembro 2009
Jornal 'FT' prevê Brasil campeão da Copa e Dilma eleita em 2010
27 dezembro 2009
2009 NA POLÍTICA: A POPULARIDADE DE LULA
26 dezembro 2009
LULA: O HOMEM DO ANO 2009
19 dezembro 2009
05 novembro 2009
LULA RECEBE PRÊMIO NA INGLATERRA POR SUA ATUAÇÃO NA POLÍTICA ECONÔMICA E SOCIAL
24 outubro 2009
Manifesto em defesa do MST
09 outubro 2009
Deming:
10 julho 2009
08 julho 2009
Mais uma da Folha de São Paulo...
Jornalista, professor de Política Internacional, doutorando em Ciência Política pela USP, autor de "Abraços que sufocam" E outros ensaios sobre a liberdade e editor da Enciclopédia Contemporânea da América Latina e do Caribe.
Caros amigos,
A Folha de São Paulo preparou uma "armadilha" para a Dilma usando uma entrevista que concedi a uma das suas repórteres da sucursal de Brasília. Encaminhei a carta abaixo à redação. E peço que todos os amigos que a façam chegar a quem acharem necessário: redações de jornais, revistas, emissoras de TV e pessoas que talvez possam ser afetadas ou se sintam indignadas pela má fé dos editores do jornal. Como sabem, sou favorável à transparência, por achar que a verdade é sempre o melhor caminho e, no fundo, revolucionária.
Á coluna painel do leitor
Seguem cópias para o Ombudsman e para a redação. Vou enviar cópias também a toda a imprensa nacional. Peço que esta carta seja publicada na próxima edição. Segue abaixo:
Prezados senhores,
Chocado com a matéria publicada na edição de hoje (domingo, 5), páginas A8 a A10 deste jornal, a partir da chamada de capa "Grupo de Dilma planejou seqüestro de Delfim Neto", e da repercussão da mesma nos blogs de vários de seus articulistas e no jornal Agora, do mesmo grupo, solicito a publicação desta carta na íntegra, sem edições ou cortes, na edição de amanhã, segunda-feira, 6 de abril, no "Painel do Leitor" (ou em espaço equivalente e com chamada de capa), para o restabelecimento da verdade, e sem prejuízo de outras medidas que vier a tomar.
Esclareço preliminarmente que:
1) Não conheço pessoalmente a repórter Fernanda Odilla, pois fui entrevistado por ela somente por telefone. A propósito, estranho que um jornal do porte da Folha publique matérias dessa relevância com base somente em "investigações" telefônicas;
2) Nossa primeira conversa durou cerca de 3 horas e espero que tenha sido gravada. Desafio o jornal a publicar a entrevista na íntegra, para que o leitor a compare com o conteúdo da matéria editada. Esclareço que concedi a entrevista porque defendo a transparência e a clareza histórica, inclusive com a abertura dos arquivos da ditadura. Já concedi dezenas de entrevistas semelhantes a historiadores, jornalistas, estudantes e simples curiosos, e estou sempre disponível a todos os interessados;
3) Quem informou à Folha que o Superior Tribunal Militar (STM) guarda um precioso arquivo dos tempos da ditadura fui eu. A repórter, porém, não conseguiu acessar o arquivo, recorrendo novamente a mim, para que lhe fornecesse autorização pessoal por escrito, para investigar fatos relativos à minha participação na luta armada, não da ministra Dilma Rousseff. Posteriormente, por e-mail, fui novamente procurado pela repórter, que me enviou o croquis do trajeto para o sítio Gramadão, em Jundiaí, supostamente apreendido no aparelho em que eu residia, no bairro do Lins de Vasconcelos, Rio de Janeiro. Ela indagou se eu reconhecia o desenho como parte do levantamento para o seqüestro do então ministro da Fazenda Delfim Neto. Na oportunidade disse-lhe que era a primeira vez que via o croquis e, como jornalista que também sou, lhe sugeri que mostrasse o desenho ao próprio Delfim (co-signatário do Ato Institucional número 5, principal quadro civil do governo ditatorial e cúmplice das ilegalidades, assassinatos e torturas).
Afirmo publicamente que os editores da Folha transformaram um não-fato de 40 anos atrás (o seqüestro que não houve de Delfim) num factóide do presente (iniciando uma forma sórdida de anticampanha contra a Ministra). A direção do jornal (ou a sua repórter, pouco importa) tomou como provas conclusivas somente o suposto croquis e a distorção grosseria de uma longa entrevista que concedi sobre a história da VAR-Palmares. Ou seja, praticou o pior tipo de jornalismo sensacionalista, algo que envergonha a profissão que também exerço há mais de 35 anos, entre os quais por dois meses na Última Hora, sob a direção de Samuel Wayner (demitido que fui pela intolerância do falecido Octávio Frias a pessoas com um passado político de lutas democráticas). A respeito da natureza tendenciosa da edição da referida matéria faço questão de esclarecer:
a) A VAR-Palmares não era o "grupo da Dilma", mas uma organização política de resistência à infame ditadura que se alastrava sobre nosso país, que só era branda para os que se beneficiavam dela. Em virtude de sua defesa da democracia, da igualdade social e do socialismo, teve dezenas de seus militantes covardemente assassinados nos porões do regime, como Chael Charles Shreier, Yara Iavelberg, Carlos Roberto Zanirato, João Domingues da Silva, Fernando Ruivo e Carlos Alberto Soares de Freitas. O mais importante, hoje, não é saber se a estratégia e as táticas da organização estavam corretas ou não, mas que ela integrava a ampla resistência contra um regime ilegítimo, instaurado pela força bruta de um golpe militar;
b) Dilma Rousseff era militante da VAR-Palmares, sim, como é de conhecimento público, mas sempre teve uma militância somente política, ou seja, jamais participou de ações ou do planejamento de ações militares. O responsável nacional pelo setor militar da organização naquele período era eu, Antonio Roberto Espinosa. E assumo a responsabilidade moral e política por nossas iniciativas, denunciando como sórdidas as insinuações contra Dilma;
c) Dilma sequer teria como conhecer a idéia da ação, a menos que fosse informada por mim, o que, se ocorreu, foi para o conjunto do Comando Nacional e em termos rápidos e vagos. Isto porque a VAR-Palmares era uma organização clandestina e se preocupava com a segurança de seus quadros e planos, sem contar que "informação política" é algo completamente distinto de "informação factual". Jamais eu diria a qualquer pessoa, mesmo do comando nacional, algo tão ingênuo, inútil e contraproducente como "vamos seqüestrar o Delfim, você concorda?". O que disse à repórter é que informei politicamente ao nacional, que ficava no Rio de Janeiro, que o Regional de São Paulo estava fazendo um levantamento de um quadro importante do governo, talvez para seqüestro e resgate de companheiros então em precárias condições de saúde e em risco de morte pelas torturados sofridas. A esse propósito, convém lembrar que o próprio companheiro Carlos Marighela, comandante nacional da ALN, não ficou sabendo do seqüestro do embaixador americano Charles Burke Elbrick. Por que, então, a Dilma deveria ser informada da ação contra o Delfim? É perfeitamente compreensível que ela não tivesse essa informação e totalmente crível que o próprio Carlos Araújo, seu então companheiro, diga hoje não se lembrar de nada;
d) A Folha, que errou a grafia de meu nome e uma de minhas ocupações atuais (não sou "doutorando em Relações Internacionais", mas em Ciência Política), também informou na capa que havia um plano detalhado e que "a ação chegou a ter data e local definidos". Se foi assim, qual era o local definido, o dia e a hora? Desafio que os editores mostrem a gravação em que eu teria informado isso à repórter;
e) Uma coisa elementar para quem viveu a época: qualquer plano de ação envolvia aspectos técnicos (ou seja, mais de caráter militar) e políticos. O levantamento (que é efetivamente o que estava sendo feito, não nego) seria apenas o começo do começo. Essa parte poderia ficar pronta em mais duas ou três semanas. Reiterando: o Comando Regional de São Paulo ainda não sabia com certeza sequer a freqüência e regularidade das visitas de Delfim a seu amigo no sítio. Depois disso seria preciso fazer o plano militar, ou seja, como a ação poderia ocorrer tecnicamente: planejamento logístico, armas, locais de esconderijo etc. Somente após o plano militar seria elaborado o plano político, a parte mais complicada e delicada de uma operação dessa natureza, que envolveria a estratégia de negociações, a definição das exigências para troca, a lista de companheiros a serem libertados, o manifesto ou declaração pública à nação etc. O comando nacional só participaria do planejamento , portanto, mais tarde, na sua fase política. Até pode ser que, no momento oportuno, viesse a delegar essa função a seus quadros mais experientes, possivelmente eu, o Carlos Araújo ou o Carlos Alberto, dificilmente a Dilma ou Mariano José da Silva, o Loiola, que haviam acabado de ser eleitos para a direção; no caso dela, sequer tinha vivência militar;
f) Chocou-me, portanto, a seleção arbitrária e edição de má-fé da entrevista, pois, em alguns dias e sem recursos sequer para uma entrevista pessoal apelando para telefonemas e e-mails, e dependendo das orientações de um jornalista mais experiente, no caso o próprio entrevistado -, a repórter chegou a conclusões mais peremptórias do que a própria polícia da ditadura, amparada em torturas e num absurdo poder discricionário. Prova disso é que nenhum de nós foi incriminado por isso na época pelos oficiais militares e delegados dos famigerados Doi-Codi e Deops e eu não fui denunciado por qualquer um dos três promotores militares das auditorias onde respondi a processos, a Primeira e a Segunda auditorias de Guerra, de São Paulo, e a Segunda Auditoria da Marinha, do Rio de Janeiro.
Osasco, 5 de abril de 2009
Antonio Roberto Espinosa
Jornalista, professor de Política Internacional, doutorando em Ciência Política pela USP, autor de "Abraços que sufocam" E outros ensaios sobre a liberdade e editor da Enciclopédia Contemporânea da América Latina e do Caribe.
Aliança para mudança
A próxima reunião de cúpula do G8, e do G8 + 5 (África do Sul, Brasil, China, Índia e México, mais Egito), a realizar-se em Áquila, na Itália, será a primeira desde que se tomou pleno conhecimento da extensão da crise financeira e econômica que estamos enfrentando.
A crise ressalta o nosso grau de interdependência e impõe aos líderes a necessidade de dar uma resposta coletiva, baseada em valores e responsabilidades compartilhadas. Também nos força a avaliar o desempenho das instituições internacionais e a repensar as atuais estruturas de governança global.
A necessidade de reformar a governança global não nasceu com a crise. Bem antes de sua eclosão, já era patente o déficit de representatividade e de coerência do sistema multilateral.
A capacidade das instituições internacionais de superar os graves desafios do mundo atual precisa ser reforçada, e seus mandatos, revistos. Isso se aplica aos mais diversos campos, da economia à segurança, da energia ao meio ambiente. A crise apenas evidenciou o fato de que nós, líderes de nossos países, precisamos ser sujeitos das reformas necessárias para a construção de um mundo mais justo, desenvolvido e sustentável.
Não estamos começando do zero. Algum progresso já foi alcançado. Em temas econômicos e financeiros, as cúpulas do G20 de Washington e de Londres contribuíram para fortalecer o diálogo entre nações desenvolvidas e em desenvolvimento. Fomos capazes de chegar a resultados concretos porque nos unimos. As reuniões entre o G8 e o G5/G6 são outro exemplo da necessidade de incluir os países emergentes nas discussões sobre o futuro da economia internacional e sobre o enfrentamento dos desafios globais. Os países emergentes representam não apenas uma parcela enorme do território e da população do planeta, mas também (e, cada vez mais) do consumo e da produção globais. Nunca a cooperação internacional foi tão necessária.
Agora precisamos ir além. As organizações financeiras internacionais, como o FMI e o Banco Mundial, precisam dar maior peso às economias emergentes mais dinâmicas nos seus processos de tomada de decisões.
Também devem ser postas em prática as decisões tomadas pelo G20, no sentido de melhor regular e supervisionar as finanças internacionais, coibir a especulação, combater os paraísos fiscais e centros de lavagem de dinheiro e promover o crescimento.
Com a crise, a ameaça do protecionismo ganhou novo impulso. A conclusão da Rodada Doha da OMC é tarefa urgente, para que se possa alcançar acordo ambicioso, amplo e equilibrado que beneficie sobretudo os países em desenvolvimento - em particular os mais pobres - e para que se reforce o multilateralismo comercial.
Mas, para tirarmos todas as lições da crise, nós precisamos seguir nesse esforço e estendê-lo para além da esfera econômica e financeira.
Não há paz sem desenvolvimento econômico e social nem há prosperidade duradoura sem estabilidade e segurança. Cada vez mais, os conflitos ocorrem em países fragilizados social e economicamente. A pobreza e a exclusão social agravam a instabilidade no sistema internacional.
É chegado o momento de priorizar a dimensão social da globalização. Em todo o mundo, trabalhadores que enfrentam a tempestade econômica clamam por mais justiça e por maior segurança. Suas vozes precisam ser ouvidas. O impacto social da crise atual deve ser enfrentado diretamente pelas organizações internacionais, e o papel da OIT na governança econômica global deveria ser muito fortalecido nesse aspecto.
A estrutura para o tratamento da paz e da segurança coletiva também requer adaptações significativas. Deve-se levar a bom termo um processo abrangente de reforma do Conselho de Segurança da ONU, de modo a salvaguardar uma ordem internacional mais equilibrada e inclusiva. Para garantir a eficácia do Conselho, ele deve refletir as realidades atuais, inclusive um papel maior para os principais países em desenvolvimento em todas as regiões, como o Brasil e a Índia, uma representação mais justa para a África e para os principais contribuintes das Nações Unidas, como o Japão e a Alemanha.
Outros perigos também ameaçam a paz e o desenvolvimento. A mudança do clima impõe enorme desafio à governança global. É preciso chegar a resultado ambicioso em Copenhague, em dezembro, para alcançarmos o objetivo comum de evitar uma séria mudança climática e limitar a 2° o aumento da temperatura global. Todas as nações devem reduzir suas emissões conforme as recomendações do IPCC e o princípio das responsabilidades comuns, mas diferenciadas.
Outros desafios globais incluem o crime organizado e transnacional, o terrorismo, o tráfico de pessoas e de drogas, as pandemias e a segurança alimentar. Nossas respostas a essas ameaças são insuficientes muitas vezes, por causa da fragmentação das organizações internacionais e de sua tendência a duplicar trabalhos.
Os mecanismos atuais para a governança global são inadequados para lidar com o caráter sistêmico e a interrelação dos diversos desafios que enfrentamos. A escala da crise econômica cria uma oportunidade única para que se comece a reformar amplamente as instituições internacionais.
O Brasil e a França desejam oferecer ao mundo sua visão compartilhada de um novo multilateralismo adaptado ao mundo multipolar. Não podemos lidar com os problemas do século 21 com instituições internacionais que são legado do século 20.
Junto com outros líderes mundiais, precisamos forjar uma "Aliança para Mudança", a fim de promover essa visão de uma ordem mundial mais democrática, fundada em maior solidariedade e justiça. Isso é o que os cidadãos do mundo esperam de nós. Somente assim estaremos à altura dos desafios do nosso século.
Autores: Luís Inácio LULA da Silva e Nicolas SARKOZY (presidente francês)
17 maio 2009
SOCORRO AO PROFESSOR
A educação básica no Brasil ainda é precária, em particular nas redes oficiais de ensino. Mediocridade e letargia se patenteiam a cada resultado da pletora de exames e índices surgidos na última década. Bem encaminhada a meta da universalização do acesso e superada a controvérsia sobre avaliações de desempenho, resta roer o caroço duro do próprio aprendizado.
A batalha terá de ser vencida com uma estratégia de requalificar professores e remunerá-los melhor. Essa classe desprestigiada já se vê, contudo, acossada por outra conflagração: a indisciplina, quando não a agressão praticada por uma parcela dos alunos.
O aumento da violência juvenil é um problema das sociedades contemporâneas que não afeta apenas a escola. Agrava-se conforme pais de todos os estratos se omitem e transferem a responsabilidade primeira pela socialização de crianças e jovens ao educador.
O tumulto de quinta-feira entre policiais militares e estudantes numa escola estadual da capital paulista constitui apenas mais um episódio a lamentar, não exceção. Após erupção semelhante em novembro, o governo estadual prometera um plano antiviolência, que até hoje não veio a público. Levantamento do sindicato de diretores Udemo indicou que 86% das 683 escolas que responderam a questionário (de um total de 5.300) tinham vivido casos de violência.
Combater a escalada implica afrontar a mescla de democratismo e leniência que tomou de assalto o aparelho educacional brasileiro. Tornou-se pedagogicamente incorreto lançar mão de medidas disciplinares. O diálogo por certo representa o melhor caminho, mas não quando se trata de ameaça ou desrespeito ao professor.
Em nome de incentivar a afirmação da individualidade do aluno, tolera-se todo tipo de abuso. Não é só de guias curriculares que necessita o docente, mas de orientação prática e eficaz sobre como proceder em casos disciplinares, dos simples aos graves. Todo projeto pedagógico tem de implementar medidas para assegurar a tranquilidade e a concentração sem as quais não há aprendizado possível.
É injusto deixar só com os professores mais essa responsabilidade. Eles em geral figuram entre as vítimas dessa deterioração no convívio. Para reconquistar o prestígio em erosão, não é só de salários, carreiras e bônus que precisam, mas da intervenção decidida das autoridades educacionais na questão da disciplina.
Cabe a elas rever gradação, condições e limites das punições aplicáveis, criar procedimentos para situações excepcionais e também serviços especializados de assistência ao professor ameaçado. Sem esse mínimo de garantias, cada vez menos talentos estarão dispostos a seguir a carreira de professor, decisiva para reduzir a iniquidade social no país.
Editorial do Jornal Folha de São Paulo (17/05/2009)
www.folha.com.br
10 maio 2009
BREVE HISTÓRIA DA VIDA
No princípio era um sonho
Tudo começou na luz da lamparina
Sonhei ser capaz de transmontar
O sol e o instante
Tornar possível o impossível
Somos homens, mulheres e feras
Castigados por noites e açoites.
Por quantas estradas teremos de caminhar?
"Quantas vezes teremos de olhar para cima
Antes que consigamos enxergar o céu?"
Não sei.
Apenas sei que o mundo recomeça
No quintal dos nossos ombros.
Um sorriso aberto em todos
Numa vibração de flores e corações.
Quando cintilam as estrelas mágicas
No silêncio sideral do infinito
Surgem os pálidos semblantes da saudade!
Que grande ideal, amargamente conquistado
Quanta alegria existe
Nos olhares melodiosos destes formandos.
Enfim, atingimos nosso objetivo.
O fim que sonhávamos chegou
Agora aquilo que nos era fim
Torna-se novamente o princípio
Porque a vida é um periodismo
Novos sonhos,novos caminhos,novas conquistas
Tudo recomeça, pois o brilhantismo da vida
É sonhar além do horizonte.
Aliandro Carter, reescrito em 22/01/09.
09 maio 2009
DISCURSO DE FORMATURA DO CURSO DE FARMÁCIA
Inicio este discurso saudando e agradecendo a todos os presentes, pais, professores, convidados e demais formandos, por este momento, certamente único e inesquecível.
Estamos aqui neste dia para registrar o triunfo da esperança e dos sonhos que nutrem e acalentam os homens e as mulheres formandos, apresentando à comunidade nossa luta e trajetória para atingir os ideais - a nossa formação acadêmica. Orgulhamo-nos de ter vencido os obstáculos para agora diante dos senhores e senhoras compartilharmos a glória de uma vida dedicada ao conhecimento e à educação.
É alentador saber que a educação, que muitas vezes é negligenciada pelo poder público, é o único instrumento capaz de fazer mudanças radicais. Mudanças que têm como foco o desenvolvimento de famílias socialmente organizadas e de uma sociedade mais justa e igualitária. Estamos diante do desafio da construção dessa sociedade. Na edificação de uma nova concepção de sociedade globalizada, com valorização da diversidade cultural, da pluralidade lingüística, da liberdade religiosa e da defesa dos direitos da pessoa humana. Temos uma responsabilidade enquanto farmacêuticos em participar de forma ativa, no exercício das nossas atribuições, contribuindo para salvaguardar a saúde pública e todas as ações que visam a promoção da saúde à comunidade.
A Universidade Federal do Maranhão é uma visível base dessa transformação social. Foi o palco onde nos mantivemos unidos durante esses cinco anos, discutindo e confrontando idéias para construção do conhecimento, buscando superar os limites que sombreiam nossas condições de vida, para que no exercício profissional possamos aplicar esse conhecimento ao bem-estar de todos.
É indispensável de nossa parte o agradecimento aos professores, aos servidores e auxiliares, enfim, à Universidade como um todo. Entretanto, é extremamente importante o nosso obrigado precípuo à sociedade, que acreditou e investiu em nossa educação, através de onerosos impostos, visando exatamente à melhoria do nosso Estado.
O nosso desafio não está terminado, apenas iniciamos uma nova fase, uma nova era de responsabilidades. Certamente não nos acovardaremos diante dos novos embates e não nos furtaremos para com nosso dever.
É possível sonhar. Sonhe. Ainda que por um segundo. Ouse. Vá além dos obstáculos imediatos, mesmo diante dos perigos comuns. Pois aquilo que nos diferencia não são os perigos, nem o tamanho do sofrimento, porém a nobreza do espírito humano está na forma como encaramos os desafios e, apesar de tudo, somos capazes de continuar. Mesmo quando o mundo nos parece perdido.
É com esse entusiasmo e esses semblantes vívidos que resistirão ao tempo, fixos em nossa memória, que encerro o discurso do Curso de Farmácia, Turma Prof.ª Ana Cláudia Sampaio Costa Bastos, lembrando as palavras eternas de William Shakespeare: "Há quem diga que todas as noites são de sonhos. Mas há também quem garanta que nem todas, só as de verão. No fundo, isto não tem muita importância. O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado".
Muito obrigado.
18 abril 2009
Termodinâmica Aplicada
Pergunta feita por Professor da matéria Termodinâmica, no curso de Engenharia química da UFBA em sua prova final. Esse Professor é conhecido por fazer perguntas do tipo "Por que os aviões voam?" em suas provas finais.
Sua única questão, nessa prova, foi:
"O inferno é exotérmico ou endotérmico? Justifique sua resposta."
Vários alunos justificaram suas opiniões baseadas na Lei de Boyle ou em alguma variante da mesma. Um aluno, entretanto, escreveu o seguinte:
"Primeiramente, postulemos que o inferno exista e que esse é o lugar para onde vão algumas almas. Agora postulamos que as almas existem, assim, elas devem ter alguma massa e ocupam algum volume. Então um conjunto de almas também tem massa e também ocupa um certo volume. Então, a que taxa as almas estão se movendo para fora e a que taxa elas estão se movendo para dentro do inferno? Podemos assumir seguramente que, uma vez que uma alma entra no inferno, ela nunca mais sai de lá. Por isso não há almas saindo.
Para as almas que entram no inferno, vamos dar uma olhada nas diferentes religiões que existem no mundo e no que pregam algumas delas hoje em dia. Algumas dessas religiões pregam que se você não pertencer a ela, você vai para o inferno... Se você descumprir algum dos 10 mandamentos ou se desagradar a Deus você vai para o inferno. Como há mais de uma religião desse tipo e as pessoas não possuem duas religiões, podemos projetar que todas as almas vão para o inferno. A experiência mostra que pouca gente respeita os 10 mandamentos. Com as taxas de natalidade e mortalidade do
jeito que estão, podemos esperar um crescimento exponencial das almas no inferno.
Agora vamos olhar a taxa de mudança de volume no inferno. A Lei de Boyle diz que para a temperatura e a pressão no inferno serem as mesmas, a relação entre a massa das almas e o volume do inferno deve ser constante. Existem, então, duas opções:
1) Se o inferno se expandir numa taxa menor do que a taxa com que as almas entram, então a temperatura e a pressão no inferno vão aumentar até ele explodir, portanto EXOTÉRMICO.
2) Se o inferno estiver se expandindo numa taxa maior do que a entrada de almas, então a temperatura e a pressão irão baixar até que o inferno se congele, portanto ENDOTÉRMICO.
Se nós aceitarmos o que a menina mais gostosa da UFBA me disse, no primeiro ano: "Só irei pra cama com você no dia que o inferno congelar", e levando-se em conta que AINDA NÃO obtive sucesso na tentativa de ter relações amorosas com ela, então a opção 02 não deve ser verdadeira. Por isso, "o inferno é exotérmico."
O aluno tirou 10 na prova.
CONCLUSÕES:
"A mente que se abre a uma nova idéia jamais volta ao seu tamanho original."
(Albert Einstein)
"A imaginação é muito mais importante que o conhecimento" (Albert Einstein)
"Um raciocínio lógico leva você de A a B. A imaginação leva você a qualquer lugar que você quiser"
(Albert Einstein)
10 fevereiro 2009
08 fevereiro 2009
"A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina. Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente. Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso. Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo. Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar. Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante pra poder aproveitar sua aposentadoria. Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara pra faculdade.Você vai pro colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando. E termina tudo com um ótimo orgasmo! Não seria perfeito?"
Charles Chaplin
26 janeiro 2009
Jornada de Estudante
Andamos por caminhos tortuosos.
Ainda que inseguros, seguimos em frente.
A jornada foi longa.
A emoção, exaltante.
O contentamento, incontrolável.
A expectativa de um sonho tornou-se real.
Enfim, o momento chegou.
Atônitos, olhamos a trilha já percorrida:
Um sonho realizado e uma saudade nascente.
Como lembrança maior de tudo que vivemos juntos:
Recordemos a chuva,o ônibus,os ventos,a amizade e a aula da saudade.
Aliandro Carter, 23/01/09 às 00h08min; poema escrito especialmente para aula da saudade da turma de Farmácia Profª Ana Cláudia, 2004.01.
23 janeiro 2009
21 janeiro 2009
20 janeiro 2009
Ainda sobre o Novo Acordo Ortográfico
O Acordo recomenda que as palavras composta em que se perdeu a noção de composição devam ser grafadas sem o hífen (pára-quedas, pára-quedista, pára-lamas e manda-chuva
ficam: paraquedas, paraquedista, paralamas, mandachuva). Entretanto,o Acordo não relata todos os casos,por isso deve-se aguardar a publicação do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), organizado pela Academia Brasileira de Letras (ABL),que deverá sair no início de março.
É importante ficar atento também para outras determinações do Acordo que não se relacionam com acentuação e utilização do hífen.Vejamos estas observações:
► O Uso de letras maiúsculas fica restrito a: nomes próprios de pessoas (Aliandro, Antônia),lugares (Buriti, São Luís),instituições (Polícia Federal,Ministério Público Federal),seres mitológicos (Apolo, Zeus),nomes de festas (Natal, Páscoa),siglas (ONU, STF),pontos cardeais que se referem a grandes regiões (Nordeste, Ocidente), iniciais de abreviaturas (Sr. Borges, Desemb. Cutrim, Gen. Figueiredo, V.Ex.ª) e títulos de periódicos (Caros Amigos, Carta Capital, Folha de São Paulo).
► Pelo Acordo ficou facultativo o uso de letras maiúsculas em: designações dos domínios do saber (química ou Química; física ou Física), títulos (Doutor/doutor Vasconcelos;Santo/santo Agostinho) e categorizações de logradouros (Avenida/avenida Tiradentes) de templos ( Igreja/igreja do Carmo) e edifícios (Edifício/edifício JK).
►O Acordo proíbe a contração da preposição com o artigo ou com o pronome, considerando que o sujeito de uma sentença não pode ser preposicionado:
ERRADO:
"Não é fácil de explicar o fato dos professores ganharem tão pouco".
"É tempo dele sair".
"Já é tempo delas voltarem".
CORRETO:
"Não é fácil de explicar o fato de
os professores ganharem tão pouco".
"É tempo de
ele sair".
"Já é tempo de
elas voltarem".
19 janeiro 2009
17 janeiro 2009
Fim das Dúvidas do Novo Acordo Ortográfico
A Academia Brasileira de Letras (ABL) lançou no dia 12 de janeiro a segunda edição do "Dicionário Escolar da Língua Portuguesa" , contendo cerca de 33 mil verbetes e editado pela Companhia Editora Nacional, que esclarece as dúvidas que existiam em relação ao Acordo Ortográfico assinado entre oito Estados nacionais da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) e que entrou em vigor no Brasil desde o dia 1° do ano. As principais dúvidas recaiam sobre o uso do hífen diante de alguns prefixos não citados no Acordo.Veja abaixo como ficam as grafias das palavras em dúvida e outras informações adicionais do Acordo que não constam no meu primeiro texto já postado neste blog (leia o texto "Dicas sobre o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa").
Uso do hífen:
► Nas palavras formadas por prefixação só se usa hífen quando o segundo elemento inicia-se com "h"; ou quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com a mesma vogal. Exemplos: super-homem, sub-humano, supra-humanismo, supra-hepático, sub-hepático, semi-hospitalar, micro-onda, infra-axilar, contra-almirante, arqui-inimigo, auto-observação, etc.
Exceções:
● No caso dos prefixos "des" e "in" descarta-se o hífen quando o segundo elemento perdeu o h inicial ( inábil, inumano, inabitual, desumano, desidratado, desidrogenado, etc).
● O prefixo "co" também fica sem hífen, mesmo nos casos em que o segundo elemento começa com a vogal "o" (cooperação, coerdeiro, cologaritmo, cooptar, coordenar, coautoria, coautor, coabitar, coincidir, coexistir, coobrigação, coparticipação, coprodutor, coadministrador, etc).
►Os prefixos PRE, PRO e RE, de acordo com a ABL, seguem a tradição e se aglutinam, em geral, com o segundo elemento mesmo se este iniciar-se pelas vogais "o" ou "e". Exemplos: preencher, preeminente, preestabelecer, preexistir, proeminência, proeminente, proclamação, progenitor, pronome, propor, prosseguir, reabastecer, reabituar, reanexar, reabsorver, reabrir, reacender, reafirmar, reaver, recarregar, reedificar, reidratar, reeditar, reeducar, reeleger, refazer, recair, reembolsar, reenviar, reescrever, reumanizar, reencarnar, reencontrar, etc.
►Com os "prefixos" CARBO e ZOO podem-se utilizar as duas formas gráficas quando não houver perda da vogal do primeiro elemento e o segundo elemento começar com "h". Exemplo: Carboidrato ou carbo-hidrato; zooematita ou zoo-hematita.
►No caso de outros prefixos em que o 1° elemento termina em "b" (AB, OB, SOB, SUB) ou "d" (AD) e o segundo elemento começa por "b" ou "r" usa-se hífen. Exemplos: ad-renal, sub-reitor, sub-bar, sub-rogar, sub-barrocal, ab-rupto.
Exceção: adrenalina e adrenalite.
► Deve-se usar hífen nas palavras formadas por elementos repetidos com ou sem alternância vocálica ou consonântica. Exemplos: blá-blá-blá, zum-zum-zum, reco-reco, pingue-pongue, lenga-lenga, zigue-zague, etc.
► O hífen deixa de existir quando o segundo elemento começa com "r" ou "s", sendo estas consoantes duplicadas; e quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com vogal diferente. Exemplos: antirreligioso, contrarregra, antirrrugas, infrassom, antissemita, microssistema, minissaia, contrassenso, contrarrazão, contrarrampa, microssaia, infrarrenal, infrasseção; antiaéreo, agroindustrial, hidroelétrico, aeroespacial, autoestrada, autoescola, autoaprendizagem, extraescolar, extraembrionário, infraescrito, infraordem, infraorbitário, etc.
Exceção:
manteve-se o hífen quando os prefixos terminam em "r" (hiper-, super-, inter-) e o segundo elemento começa também com "r": inter-racial, inter-regional, super-realista, hiper-requintado, hiper-rancoroso, super-reação, super-real, inter-real, inter-resistente, etc.
07 janeiro 2009
Os fora-da-lei
No desespero com que tenta agarrar-se a um mandato ilegítimo, porque fruto de usurpação da vontade popular por meio de assalto ao patrimônio público, o Sr. Jackson Lago assume uma atitude irresponsável e incendiária, de estímulo à violência, de desrespeito às leis e às instituições - em suma, de incentivo à desordem e ao caos.
Os fatos gravíssimos ocorridos no alvorecer do Ano Novo em Santa Luzia, onde partidários do governador incendiaram os edifícios da Prefeitura e do Fórum, sedes dos poderes Executivo e Judiciário, e depredaram a residência do prefeito do município, devem, além de exigir providências imediatas das autoridades federais, do Ministério Público e da sociedade civil, servir de alerta para a possibilidade de uma tragédia de maiores proporções no Estado - o que parece ser o desejo e o plano do Sr. Jackson Lago.
Açulados pelo discurso de insubordinação às decisões da Justiça, inclusive às da suprema Corte Eleitoral, numa clara postura fora-da-lei, os aliados - cúmplices, melhor dizendo – do governador "sub judice" repetiram, em Santa Luzia, em dose mais elevada, a fórmula do "acampamento balaiada" que ele montou, com dinheiro público, em frente ao Palácio dos Leões, para pregar a baderna e a violência nos dias que antecederam a primeira sessão de julgamento do processo que pede a nulidade do seu mandato.
Ora, se o governador do Estado pode insurgir-se contra as decisões da Justiça e pregar aos cidadãos comuns à desobediência civil, estímulo à anarquia absoluta, por que haveriam as lideranças do PDT de Santa Luzia, igualmente abatidas pelo descumprimento da lei, de agir de modo diferente? É justamente nesse tipo de raciocínio, que ali incendiou os ânimos, que reside o perigo.
Estão documentadas as diversas oportunidades em que, desde que o processo de cassação entrou em pauta no TSE, o governador e seus cúmplices fazem referências, claras ou veladas, à invasão e depredação de veículos de comunicação que lhe fazem oposição; ameaçam juízes; e, por intermédio de um pasquim inescrupuloso, fazem insinuações grosseiras até contra ministros do Tribunal Superior Eleitoral.
O Estado vem denunciando com insistência a criação de um ambiente artificial de revolta no Maranhão, gerado e patrocinado pelo governo estadual, para contrapor-se, em clima de baderna, à iminente cassação do mandato do governador, "conquistado" por meio do mais escandaloso caso de corrupção eleitoral da nossa história!
Os fatos lamentáveis em Santa Luzia resultam dessa retórica do caos, dessa política de terra arrasada disseminada pelos mercadores de consciências e assaltantes do Tesouro estadual que há dois anos se instalaram na sede do governo. São eles os responsáveis por esses atos criminosos e devem ser plenamente responsabilizados exemplarmente punidos!
Enquanto isso, o povo maranhense, que teve a paciência de esperar até agora por Justiça, saberá aguardar mais um pouco pela decisão que haverá, muito em breve, de pôr termo a esse governo desastrado, desprovido de legitimidade e indigno do mínimo de respeito e da consideração.
Editorial de O Estado do Maranhão, 02/jan/2009.