No desespero com que tenta agarrar-se a um mandato ilegítimo, porque fruto de usurpação da vontade popular por meio de assalto ao patrimônio público, o Sr. Jackson Lago assume uma atitude irresponsável e incendiária, de estímulo à violência, de desrespeito às leis e às instituições - em suma, de incentivo à desordem e ao caos.
Os fatos gravíssimos ocorridos no alvorecer do Ano Novo em Santa Luzia, onde partidários do governador incendiaram os edifícios da Prefeitura e do Fórum, sedes dos poderes Executivo e Judiciário, e depredaram a residência do prefeito do município, devem, além de exigir providências imediatas das autoridades federais, do Ministério Público e da sociedade civil, servir de alerta para a possibilidade de uma tragédia de maiores proporções no Estado - o que parece ser o desejo e o plano do Sr. Jackson Lago.
Açulados pelo discurso de insubordinação às decisões da Justiça, inclusive às da suprema Corte Eleitoral, numa clara postura fora-da-lei, os aliados - cúmplices, melhor dizendo – do governador "sub judice" repetiram, em Santa Luzia, em dose mais elevada, a fórmula do "acampamento balaiada" que ele montou, com dinheiro público, em frente ao Palácio dos Leões, para pregar a baderna e a violência nos dias que antecederam a primeira sessão de julgamento do processo que pede a nulidade do seu mandato.
Ora, se o governador do Estado pode insurgir-se contra as decisões da Justiça e pregar aos cidadãos comuns à desobediência civil, estímulo à anarquia absoluta, por que haveriam as lideranças do PDT de Santa Luzia, igualmente abatidas pelo descumprimento da lei, de agir de modo diferente? É justamente nesse tipo de raciocínio, que ali incendiou os ânimos, que reside o perigo.
Estão documentadas as diversas oportunidades em que, desde que o processo de cassação entrou em pauta no TSE, o governador e seus cúmplices fazem referências, claras ou veladas, à invasão e depredação de veículos de comunicação que lhe fazem oposição; ameaçam juízes; e, por intermédio de um pasquim inescrupuloso, fazem insinuações grosseiras até contra ministros do Tribunal Superior Eleitoral.
O Estado vem denunciando com insistência a criação de um ambiente artificial de revolta no Maranhão, gerado e patrocinado pelo governo estadual, para contrapor-se, em clima de baderna, à iminente cassação do mandato do governador, "conquistado" por meio do mais escandaloso caso de corrupção eleitoral da nossa história!
Os fatos lamentáveis em Santa Luzia resultam dessa retórica do caos, dessa política de terra arrasada disseminada pelos mercadores de consciências e assaltantes do Tesouro estadual que há dois anos se instalaram na sede do governo. São eles os responsáveis por esses atos criminosos e devem ser plenamente responsabilizados exemplarmente punidos!
Enquanto isso, o povo maranhense, que teve a paciência de esperar até agora por Justiça, saberá aguardar mais um pouco pela decisão que haverá, muito em breve, de pôr termo a esse governo desastrado, desprovido de legitimidade e indigno do mínimo de respeito e da consideração.
Editorial de O Estado do Maranhão, 02/jan/2009.
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