30 outubro 2005

Preservação Lingüística: uma necessidade humana


A linguagem é uma forma de expressão comum a todos os animais que podem emitir sons – os gatos miam, os cães latem, os eqüídeos relincham - que traduzem medo, dor ou prazer. No entanto, somente o homem articula conscientemente os sons, ou seja, utiliza-se de um conjunto de signos para expressar seus pensamentos.Os pintinhos piam todos do mesmo jeito. A linguagem é, portanto, um conjunto de sinais utilizados para comunicar idéias e pensamentos, sendo que o homem diferencia-se dos demais animais pela sua capacidade de expressar-se por palavras.

Existem mais de seis mil línguas faladas atualmente no mundo e é lamentável que muitas delas, em especial as raras, estão sendo perdidas, pois com as múltiplas línguas são maiores as chances de se encontrar respostas para questões relacionadas com os limites da fala humana.

A linguagem age como veiculo para a transformação da herança social da experiência, pois transforma o processo da tradição social. Sendo assim, a língua constitui o elemento mais importante de uma cultura e quando ela se perde morre junto um baú de saberes dessa cultura.

Durante o processo de catalogar as línguas, os lingüistas deparam-se com grandes empecilhos principalmente para arrecadar fundos para custeio das pesquisas. Mas também há outros: línguas com pouco ou nenhum registro de gramática, vocabulário e pronúncia das palavras.

Com a perda de línguas muitas questões como a evolução das línguas e seus reflexos na migração de povos podem jamais ser respondidas. E o processo de globalização tem contribuído para o agravamento dessa perda, uma vez que tem favorecido bastante a decadência e extensão de línguas, deixando transparecer por meio de sua ideologia que deve haver uma única língua global e superior às demais(“essa língua é o inglês, é claro”).

Urge, portanto, despertar as consciências humanas para uma realidade melancólica, caso quisermos salvar as línguas que estão morrendo, pois o mundo precisa saber que minorias têm o direito de expressar-se através de sua própria voz, transmitindo pela língua nativa sua tradição oral, histórias e fábulas, e mesmo sua visão única de mundo.

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