30 junho 2007

“Um cara desses"

Quando os filhos são pequenos, chutam a canela da empregada, e os pais acham "natural", fingem que não vêem. Já maiores um pouco, comem o que querem, na hora em que querem, não falam nem bom-dia para o porteiro e desrespeitam a professora. Na adolescência, vão para o colégio mais caro, para o judô, para a natação, para o inglês e gastam o resto do tempo na praia e na internet. Resolvido.
Dos pais, ouvem sempre a mesma ladainha: o governo não presta, os políticos são todos ladrões, o mundo está cheio de vagabundos e vagabundas. "E quero os meus direitos!" Recolher o INSS da empregada, que é bom, não precisa.
E assim que os filhos, já adultos, saudáveis, em universidades, são capazes de jogar álcool e fósforo aceso num índio, pensando que era "só um mendigo", ou de espancar cruel e covardemente uma moça num ponto de ônibus, achando que era "só uma prostituta".
A perplexidade dos pais não é com a monstruosidade, mas com o fato de que seu anjinho está sujeito -em tese -às leis e às prisões como qualquer pessoa: "Prender, botar preso junto com outros bandidos? Essas pessoas que têm estudo, que têm caráter, junto com uns caras desses?", indignou-se Ludovico Ramalho Bruno, pai de Rubens, 19.
Dá para apostar que ele votou contra o desarmamento, quer (no mínimo) "descer o pau em tudo quanto é bandido" e defende a redução da maioridade penal. Cadeia não é para o filho, que tem estudo e dinheiro, um futuro pela frente. É para o garoto do morro, pobre e magricela, que conseguir escapar dos tiroteios e roubar o tênis do filho.
Isso se resolve com o Estado sendo Estado, com justiça, humanidade e educação -não só com ensino para todos e professores mais bem treinados e mais bem pagos, mas também com a elementar compreensão de que "o problema", e os réus, não são os pobres. Ao contrário, eles são as grandes vítimas.

Autora: Eliane Cantanhêde. Fonte: Folha de São Paulo.
“Matar o sonho é matar-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso”
Fernando Pessoa

A farsa da estabilidade do Real

As declarações do presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), economista Luciano Coutinho, jogou por terra o único discurso tucano – fernandista, ainda vivo, de que o Plano Real proporcionou a estabilidade econômica do país.
De acordo com o presidente do BNDES o Plano Real propiciou, na verdade, “quase uma falsa estabilização” e que esta, de fato, só veio a partir de 2005 com o aumento substancial das reservas internacionais (US$ 145,5 bilhões), redução da vulnerabilidade externa e equilíbrio das contas públicas que resultaram num cenário de estabilização da taxa de câmbio e de previsibilidade de médio prazo quanto à inflação.
Essa análise certamente deplumou os tucanos, mas não deve ser motivo de gozação para petistas, visto que, diferentemente de tempos pretéritos, o mundo vive um momento exuberante economicamente e isso se reflete em praticamente todas as economias emergentes. Ademais, esse ambiente favorável deveria ser aproveitado para, enfim, realizar-se as reformas há tanto proteladas, e ao que tudo indica o atual governo não está disposto a fazê-las a despeito de toda sua popularidade.

Letras Curiosas

De aorcdo com uma pqsieusa de uma uinrvesridde ignlsea, não ipomtra em qaul odrem as lrteas de uma plravaa etejasm, a úncia csioa iprotmatne é que a piremria e útmlia etejasm no lgaur crteo. O rseto pdoe ser uma ttaol baguçna que vcoê pdoe anida ler sem pobrlmea. Itso é poqrue nós não lmeos cdaa lrtea isladoa, mas a plravaa cmoo um tdoo. Cruisoo, não ahca?
Fonte: Revista +Atitude.

29 junho 2007

“A dúvida é um dos nomes da inteligência”
Jorge Luís Borges
“Muitas vezes é melhor apresentar a Verdade coberta de enfeites. É mais fácil encará-la se nos aparecer disfarçada”.
Autor desconhecido

22 junho 2007

"O bravo não é quem não sente medo, mas quem vence esse medo."
Nelson Mandela