05 novembro 2005

Crescimento Sustentável: o Brasil no rumo certo

A não contaminação da nossa economia com a crise política do Congresso é uma prova real e irrefutável de que o Brasil, do ponto de vista econômico, finalmente acertou o rumo e trilha a um crescimento sustentável e prolongado.

A inflação dá sinais claros, ao contrário do que diziam os críticos da equipe econômica a um ano, de convergência para as metas estabelecidas pelo governo para 2005(5,1%) e 2006(4,5%); combinando ao mesmo tempo crescimento do PIB, aumento das exportações, apesar da depreciação do Dólar frente ao Real e redução da relação dívida/PIB.

Convém lembrar que Lula recebeu uma arapuca do governo FHC, conhecida como “herança maldita”: em 1994, a relação dívida/PIB era 28% e a carga tributária bruta 27,9%, contra 56,5% e 35,53%, respectivamente, em 2002. Essa situação levou o governo a tomar medidas duras e impopulares, mas necessárias para garantir um ambiente econômico saudável que garantisse crescimento sustentável, a saber: austeridade fiscal, metas de inflação ambiciosas, aumento (voluntário) do superávit primário e aumento de juros quando necessário.

A combinação de superávit primário elevado e a retomada da queda dos juros em setembro permitirão ao país um crescimento maior, o que por “efeito dominó” gerará mais investimentos e maior produtividade. Além disso, os juros em baixa e crescimento maior reduzem a relação dívida/PIB e o risco país. Aliás, a relação entre a dívida e o PIB teve seu início de alta a partir de 1995(Era FHC), atingindo o seu nível mais alto em 2003, recorde de 57,2%; quando, então, retomou sua trajetória de queda (ficando em 51,7% em 2004 e tem projeção de 51,1% para 2005).

As condições para o tão sonhado crescimento sustentável (mas esqueça o “espetáculo do crescimento”) finalmente foram estabelecidas: inflação baixa e sob controle, queda na relação dívida/PIB, juros em queda e exportações em alta.

Esses bons resultados são frutos, como bem disso o professor de economia da PUC-SP José Márcio Camargo, da persistência em políticas macroeconômicas responsáveis (sic), mas também de reformas microeconômicas adotadas pelo governo Lula, como a aprovação da “MP do BEM”, que foi um passo importante para atrair mais investimentos uma vez que desonera alguns setores da economia, gerando mais empregos.

Ainda tem-se muito que fazer e para isso o governo e a oposição devem reiniciar o diálogo decente em torno de uma agenda de reformas microeconômicas que acelere mais a retomada desse crescimento para não corrermos o risco de desperdiçar mais uma oportunidade de alçar vôos altos.


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